domingo, 13 de setembro de 2009

À Procura do Seu Melhor

Quando a Gente não tem uma pequena almofada de veludo pra acomodar nela dos os sentimentos que julgamos ser bons, o "melhor de nós" , aquele brinquedinho que é tao brilhante que a gente esconde de quase todo mundo, porque é bonito demais, a gente acaba levando tudo na mão, dentro de um saquinho de pano ou de um recipiente qualquer. O tempo passa e tu enches o saco de ficar segurando aquilo, quase se esquecendo do quão bonito é aquele brinquedinho, e chega até esquecê-lo de vez. Tu esqueces porque tu nao abres esse saquinho há tanto tempo que acabas por esquecer-se completamente do que há lá dentro. São muitas distrações...
Tu começas a deixar ele no chão. Em qualquer canto, em qualquer lugar. Tu perdes, até que encontras, sem querer, no meio das tuas roupas. Aí tu o perdes de novo. Tu esqueces que um dia teve esse brinquedinho, esqueces a serventia dele. Aí sim...
Aí que chega o ALGUÉM. Nada nesse mundo te faria acreditar que existiria alguem assim, tão... tão... bom. Tu vais ao cinema, ver um filme qualquer junto dessa pessoa, um almodóvar da vida, que seja. Tudo se torna tao especial, fica tão cheio de significados que você se entusiasma. "Eu te daria o mundo, agora, se eu conseguisse".
"Não precisa me dar o mundo, me dá qualquer coisa brilhante, um brinquedinho".
Tu tateias os bolsos. Moedas, Palhetas, notas fiscais, preservativos e cartões de visita. Tu perdeste o brinquedinho.
Não adianta procurar, também. Esse é o tipo de coisa que, quando a gente encontra, a gente nao devolve. Não tem dono, não tem nada escrito. Faz parte do mundo e tem um pouco do melhor que há em cada um de nós.
E brilha.
Lucas Silveira.
Texto publicado na revista todateen numero 154 - setembro, 2008.

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